Após alguns minutos de conversa com Lucy no Memorial Lindemberg Cardoso, na última terça-feira (24), visitei a sala ao lado: a mapoteca da Escola de Música. Era possível sentir o cheiro de mofo passos antes da porta – arquivos tinham sido abertos para organização, catalogação e digitalização de tudo que havia sido guardado ao longo de parte da história da Escola. Uma mesa estava tomada de papéis amarelados de partituras. As composições iam das de alunos e professores da Escola até reproduções de músicos mundialmente apreciados como Mozart.
Ainda não haviam chegado à gaveta que abrigava alguma parte do trabalho de Walter Smetak. Ela fica na última das fileiras, no andar mais alto. Precisei de um banquinho para alcançá-la e ainda assim foi difícil puxar a pasta empoeirada - e um pouco suja de ferrugem dos grampos oxidados que prendiam as folhas – do fundo da gaveta. Com a pasta em mãos, me deparei com algumas de suas composições mais famosas, como Vir a Ser e Planicotó, além de desenhos geométricos, simétricos, que não ousei interpretar. Foi emocionante tocar aquelas folhas de papel. Em minhas mãos, composições originais do meu avô, criadas e tocadas por ele, anos antes de eu nascer.
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